Celular ostentação na escola

 

O uso da tecnologia portátil tornou-se uma infecção generalizada que atinge toda a população. Ninguém mais consegue controlar o tempo no celular ou tablet e grande parte das interações sociais são agora mediadas pelos gadgets, substituindo o convívio físico.

Claro que se não houvesse benefícios, celulares, tablets e computadores não teriam tanto sucesso. Estamos aqui mesmo nos comunicando graças à internet, ao sistema de blogs e aos buscadores que direcionam os usuários. A rede aproximou as pessoas de lados opostos do mundo e conversar com alguém de outra cidade ou país é algo corriqueiro. Mas também afastou as pessoas que estavam próximas de nós, como nossos familiares.

A questão é que o dia continua tendo apenas 24 horas e precisamos dormir, estudar, trabalhar, descansar, comer, namorar, conviver, praticar esportes, ter lazer e explorar o mundo virtual no tempo que nos resta. Como o tempo é limitado, quando uma atividade se estende excessivamente, sacrificam-se as outras. Muito tempo no videogame e as tarefas escolares serão abandonadas.

Um estudo da Universidade de Cambridge com adolescentes mostrou uma relação entre o tempo de uso de telas (TV, computador, celular, games etc) e as notas no exame GCSE. Cada hora adicional de tempo diário com tecnologia representou uma queda maior do desempenho no teste que é feito lá aos 16 anos.

O fato é que a tecnologia é boa para desenvolver algumas habilidades, como qualquer nova atividade que demanda aprendizado, mas deve estar a serviço de um contexto maior que é o desenvolvimento pessoal e profissional de cada um.

Para pessoas com déficit de atenção e hiperatividade o desafio de controlar o tempo de telas é maior porque eles são naturalmente atraídos por coisas que fornecem recompensa imediata e não exigem atenção prolongada, pois são dinâmicas.

Aos pais cabe exercer um controle do tempo de uso de aparelhos para os filhos. Paises como a França não recomendam qualquer TV até os 3 anos de idade. Apesar de não haver estatísticas científicas, muitos especialistas acreditam um limite de até duas horas por dia é aceitável até o ensino médio.

 

Há vários aplicativos de controle parental que limitam tempo. filtram conteúdo e bloqueiam aplicativos. Alguns pacientes meus usam o da Screen Time Labs que é muito bom.

O Café Filosófico fez uma excelente apresentação com a psicóloga Julieta Jerusalinsky sobre tecnologia na infância. Vale a pena checar AQUI.

Um site britânico fez uma ótima revisão de dados científicos que comprovam os efeitos adversos do tempo excessivo em telas. Para quem lê inglês: CLIQUE AQUI.

O problema é sério e a responsabilidade é de todos. Precisamos, como sempre, de equilíbrio e moderação em tudo.

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