Pais e mães de crianças com Déficit de Atenção e Hiperatividade passam maus bocados com seus filhos inquietos. Não é raro ouvirem insinuações de que se dessem mais educação e mais limites para seus filhos, eles se comportariam melhor.
Os responsáveis por meninos e meninas com TDAH estão sempre sendo chamados para a escola. O prontuário dos garotos parece uma ficha policial, com tantas anotações por indisciplina, maus comportamentos, falta de materiais escolares, tarefas incompletas, perturbação dos colegas de classe e até bullying.
Quem vê de fora pensa que os pais são relaxados e não se preocupam em ensinar as normas do comportamento e da convivência social. Isso acontece mesmo quando a criança já tem o diagnóstico de TDAH porque muitos ainda acreditam que esse é apenas um problema de despreparo dos pais. Poucos se dão ao trabalho de ver que os pais têm regras bastante claras e consistentes em casa e que os outros irmãos podem ser completamente diferentes do portador de hiperatividade.
É preciso compreender que o problema do TDAH está nas conexões e na funcionalidade do cérebro, ocasionado por uma alteração do desenvolvimento do sistema nervoso central. A consequência do desbalanço químico é que a criança tem dificuldade de manter o controle inibitório sobre si mesma. Não consegue resistir aos impulsos, tem necessidade de se movimentar (por isso não pára na cadeira) e se distrai com tudo que aparece a sua volta.
Para complicar um pouco mais a situação, cerca de 80% dos casos de TDAH tem origem genética, o que implica em encontrarmos, com frequência um pai ou uma mãe que também apresenta sintomas semelhantes, dificultando o discernimento entre o que é biológico do que é cultural.
Antes de apontar o dedo para o menino que parece um furacão na festinha de aniversário, pense que os pais tentam controlar o “fenômeno” diariamente em casa. Mostre sua simpatia e quem sabe até os ajude a encontrar alguma forma de apoio.