Livros são um grande desafio para quem tem TDAH. Só de pensar que tem de ler um daqueles romances da literatura brasileira, os alunos já sentem um nó no estômago.
Isso acontece porque quem tem déficit de atenção tem dificuldade em manter a concentração por um longo tempo. As tarefas que envolvem um esforço mental prolongado são torturantes porque a pessoa tem que lutar contra as distrações e segurar a vontade de sair andando.
Pela dificuldade em permanecer concentrado, o tempo parece não passar, o que aumenta a ansiedade e angústia. Pior ainda, com as inevitáveis distrações o garoto ou garota esquecem o que leram na página anterior e fica difícil acompanhar a estória.
Por tudo isso, diante da expectativa de ter que ler um livro longo, a sensação de incômodo aparece e a primeira coisa que o paciente faz é…. nada. Isso. Nada mesmo. Apenas adia ou evita começar a ler, antecipando que essa será uma tarefa desgastante e frustrante.
O grande problema que vejo, acompanhando gente com TDAH desde a infância, muitos já profissionais formados, é que as pessoas que gostam de ler têm muito mais chance de superar os obstáculos do déficit de atenção. Quem adquire um horror a livros e textos longos impõe sobre si mesmo uma barreira ao aprendizado difícil de tirar e que pode impedir que alcance todo seu potencial.
Deixo uma dica fundamental aos pais de crianças com TDAH: Estimulem seus filhos a ler!
Ofereça ao seu filho, desde muito pequeno, livros de todos os tipos. Vale Turma da Mônica, livros infantis com mais figuras que textos, Banana de Pijamas, Harry Potter, revistas de carros, de moda, Super Interessante, Galileu, revistas de Viagens. Leve seus filhos para passear em grandes livrarias e deixe eles se divertirem na seção infantil. Permita que escolham o que querem ler e leia junto para eles saberem que é divertido.
As chances de sucesso na vida aumentam muito para quem lê sempre.